05 março 2003

Não sei bem em que momento alguém se deu conta de que Tom Hanks poderia fazer filminhos sérios. Bueno, acho que foi no devido instante em que ele resolveu dar um beijo na boca de Antonio Banderas e mostrar que também era um ator sem firulas interpretativas e, que, bem, poderia se dar a desafios maiores do que fazer cara de tonto em filmes sobre despedida de solteiro com a presença de burros mortos [sim, eu também achei um filme bem divertido]. O problema é que Tom Hanks tem cara de paspalho, acho que era isto que fazia com que tivesse tanto sucesso nas lides cômicas afora. Para completar, sua voz é penosamente irritante. Bom, acho que tudo isto, na realidade, poderia ser atributos quando se deve encenar o papel de um detetive com cara de paspalho e com a voz irritante de Tom Hanks. Spielberg deve tê-lo chamado por isso, entre outros motivos que provavelmente não vêm ao caso. Poderíamos até mesmo dizer que, afinal, ele dá conta do recado e faz um detetive com cara de paspalho e voz irritante bem convincente em Prenda-me Se For Capaz.

A questão é que aquele cara parece ser Tom Hanks o tempo todo. Um cara medíocre que se deixa fascinar por um bandido que, pelo que li, devia ser realmente fascinante, mas creio que a verve interpretativa de Leonardo DiCaprio não o deixou chegar a tal ponto. Então, se, em algum lugar, antes de ver o filme, você leu o Spielberg comentando como Frank Abgnale Jr. sempre foi um sujeito por quem todos se apaixonavam e você não notar muito isto na interpretação de Leonardo, é bom se esforçar para enxergar tal fato, porque ele ainda está um pouquiiiinho melhor que em Gangues de Nova Yorque.

Bom, o filme tem uma abertura ótima...

Tem uma boa reprodução de época...

É um estranho filme para ter sido feito por Spielberg...

O que mais se pode dizer à respeito?...Hummmm....