15 setembro 2003

Que bizarro que a coisa está ficando: comentários indignados contra a televisão estão se tornando absoluto lugar-comum e falar sobre é chover no molhado. Muito ouviremos a respeito do absurdo sem limites que a televisão está ultrapassando [ou terá ultrapassado, já?], ainda mais visto as últimas estripulias do seu gugu liberato na busca enlouquecida por audiência. Entrevistas forjadadas com supostos membros do PCC [Primeiro Comando da Capital]? Chega às raias da surpresa o nível de baixaria a que se terá chegado ou nada mais assusta e o caminho se torna cada vez mais nebuloso nos meios midiáticos? A coisa tá feia. Fácil seria tecer protestos tipo "não assista a televisão" quando somos membros de uma elite privilegiada que, óbvio, pode sintonizar em um canal por assinatura, alugar um DVD ou folhear as revistas e jornais que somos assinantes ou lermos o último lançamento em literatura. E choroso seria dizer que as classes mais populares estão condenadas a só ter este tipo de entretenimento no seu final de semana: "divertir-se" no compasso de gugus e faustões. Mas não posso dizer diferente, pois esta é a verdade e é para este público que estes programas são feitos, com cuja audiência se conquistam os milhões que impulsionam a sua contínua baixa qualidade.