23 agosto 2005

Eu poderia escrever sobre um filme bem meia boca que assisti. Quem gosta de comédias românticas com cantoras latinas gostosas bota o dedo aqui. Mas não. Vou poupá-los de maiores descrições. Esperem pela sessão da tarde.

Poderia, quem sabe, escrever sobre o livre que - à muito custo - tive que deixar de ler. A muito custo não por que fosse sensacional e alguma outra ocupação tenha me forçado a abandonar a leitura. À muito custo por que, por pior que um livro seja, sou tomado pelo princípio ["idelistazinho, hein?"] de levar ao cabo qualquer leitura que comecei. Sim, resquícios de TOC. Mas que inferno. O problema é que A Invenção da Solidão [reforçando: A invenção da solidão, não O inventor da solidão, como na resenha aqui linkada] fez com que me decepcionasse ainda mais com o Paul Auster. O livro de ensaios começa maravilhosamente bem - de maneira muito sensível, o autor reconstitui as impresões a respeito do seu pai, necessárias pelo falecimento que lhe traz esta necessidade de aprofundar-se em sua pessoa. Não há concessões a sentimentalismos e o retrato pintado não é dos melhores. Lógico que tal impulso servirá para que o autor possa refletir sobre a sua própria condição de pai recente. Desemboca em umas viagens poéticas e num exercício literário muito estranho, no caminho entre o ensaio e a ficção, mas profundamente pedante, incômodo, com seus personagens sendo denominados por iniciais e blá blá.

Quando não agüentei mais coisas do tipo "Foi. Nunca mais será. Lembre-se" e outros fragmentos quetais espraiados no meio do livro, pedi desculpas a Auster e decidi que aquele, realmente, não daria.

E, no final das contas, ficam só estes fragmentos por aqui, também. Não vou escrever mais sobre nenhum dos dois.