Eu poderia escrever sobre um filme bem meia boca que assisti. Quem gosta de comédias românticas com cantoras latinas gostosas bota o dedo aqui. Mas não. Vou poupá-los de maiores descrições. Esperem pela sessão da tarde.
Poderia, quem sabe, escrever sobre o livre que - à muito custo - tive que deixar de ler. A muito custo não por que fosse sensacional e alguma outra ocupação tenha me forçado a abandonar a leitura. À muito custo por que, por pior que um livro seja, sou tomado pelo princípio ["idelistazinho, hein?"] de levar ao cabo qualquer leitura que comecei. Sim, resquícios de TOC. Mas que inferno. O problema é que A Invenção da Solidão [reforçando: A invenção da solidão, não O inventor da solidão, como na resenha aqui linkada] fez com que me decepcionasse ainda mais com o Paul Auster. O livro de ensaios começa maravilhosamente bem - de maneira muito sensível, o autor reconstitui as impresões a respeito do seu pai, necessárias pelo falecimento que lhe traz esta necessidade de aprofundar-se em sua pessoa. Não há concessões a sentimentalismos e o retrato pintado não é dos melhores. Lógico que tal impulso servirá para que o autor possa refletir sobre a sua própria condição de pai recente. Desemboca em umas viagens poéticas e num exercício literário muito estranho, no caminho entre o ensaio e a ficção, mas profundamente pedante, incômodo, com seus personagens sendo denominados por iniciais e blá blá.
Quando não agüentei mais coisas do tipo "Foi. Nunca mais será. Lembre-se" e outros fragmentos quetais espraiados no meio do livro, pedi desculpas a Auster e decidi que aquele, realmente, não daria.
E, no final das contas, ficam só estes fragmentos por aqui, também. Não vou escrever mais sobre nenhum dos dois.
E, no final das contas, ficam só estes fragmentos por aqui, também. Não vou escrever mais sobre nenhum dos dois.