12 janeiro 2006

O bairro Moinhos de Vento é definitivamente um mundo à parte. Talvez um recorte do mundo ideal, poderíamos dizer assim, contrariando aqueles que tem as veias do pescoço saltadas de ira contra a burguesia e contra todos os elementos que representam esta. Ok. Confesso que forcei. "Mundo ideal... Humpf!", você dirá assim, se lembrando de todas as lojas de grife da Padre Chagas oprimindo com seu esnobismo quem não tem condições de pagar 247 dinheiros por uma camiseta regata. É, realmente forcei. Ainda mais se nos lembrarmos dos pretensiosos cafés de calçada com suas dondocas rebocadas e seus cachorrinhos pequinês, tomando seus cappucinos de oito dinheiros. Bom, para falar a verdade, eu não sei por que descambei para esses comentários de teor social ("A tarde estava tão agradável em seus 42 graus, Alessandro! Por que tinha que estragar com seus ranços de proletário?"), se tudo o que eu queria no princípio de tudo, era falar das gostosas do Parcão.

As gostosas do Parcão! Ah, isto sim, um mundo à parte. Um oásis para o olhar nos dadivosos finais de tarde no Parcão. Agora trabalhando aqui pertinho, todos os dias posso elaborar meu estudo antropológico sobre as gostosas do Parcão. Que hoje, inclusive, culminou em fato quase incontestável sobre. Eu e um colega de trabalho chegamos à conclusão de que as mulheres mais gostosas DO MUNDO, estão aqui. Sim, eu disse DO MUNDO (eis o porquê da caixa-alta!). Senão, vejamos.

Qual o país com maior possibilidade de miscigenação racial, com loiras, morenas, negras, índias, orientais, contribuindo para uma mistura de raças cujo resultado final são as pequenas obras de arte em forma de gente que vemos representando nosso país em cada edição do miss universo? Ok. E já que chegamos tão rapidamente e sem sombra de dúvidas ao nosso querido Brasil, qual o estado, me diga, qual o estado brasileiro, cujo mesmo motivo supracitado, contribuiu para o nascimento dos mais belos espécimes femininos? E, sinto muito, para fazer esta análise fria e científica, teremos que "parecer" preconceituosos. Mas, com certeza, não são as nordestinas, nem as esbranquiçadas e desprovidas de derrièrre paulistas. Não entraremos em detalhes de todos os estados, mas enganam-se também aqueles que diriam que são as cariocas (o que uma TV Globo não faz? Proporciona a idéia geral de que lá estão os maiores quitutes femininos...) - que, temos que reconhecer, possuem corpos lindos, uma morenice que nos encanta os olhos e estimula ao toque, mas cujas feições na maioria das vezes não chegam a nos proporcionar a expressão boquiaberta que temos quando chegamos ao estado onde queria chegar. É, o Rio Grande do Sul! Sim, aqui mesmo. Este lugar onde italianos, alemães, judeus, negros, espanhóis juntaram seus genes para a construção destas mulheres que hoje são exportadas pelo mundo como nossas bananas! É, chegamos ao Sul! E para chegar em Porto Alegre, não é nem um pouco difícil, uma vez que sendo a capital do estado se torna o ápice da junção de todas estas etnias, o vértice onde todas estas regiões de Nova Vêneto, Erechim e quetais se reúnem. Hmmm?

E para se chegar ao Parcão? Ora, bem sabemos - e aqui voltamos novamente a um breve discurso do proletariado - que para se manter a bela forma física, um corpo adornado de boa carne, de boa qualidade epidérmica e ter acesso aos cremes e loções e óleos trifásicos e sabonetinhos e biriris que garantirão a plena qualidade daquilo o que já é obra de arte divina, é preciso ter acesso ao vil metal. O faz-me-rir. E, sendo o Moinhos de Vento, e sua vizinha Bela Vista, os conjuntores daqueles freqüentadores do Parcão, não é difícil dar-se conta do quanto, além de beneficiadas pela natureza, ali correm, com seus leggings da Adidas, seus tênis Asics, seus Ipod's e seus acessórios Nike, a nata portoalegrense. Bem nascidas comedoras de cereais. Sedosas consumidoras da boa batata. Freqüentadoras de boas academias, habitués das melhores padarias. Comedoras de bons e ricos laticínios e fermentados diversos. Compradoras de boas e seletas frutas. Tudo contribui para esta convergência da beleza ali, (ou aqui, já que estou pertinho!), neste terreno: todas as morenas, loiras, negras, orientais e índias bem nascidas e mantidas, ali se encontram. Correndo, suando graciosamente, ostentando sua bem distribuída massa corpórea no coração do Moinhos de Vento, embasbacando os membros do sexo oposto (e as admiradoras do mesmo sexo...), sendo desejadas, olhadas, vislumbradas, tornando-se objetos de sonhos, de admiração, de desejo, de cobiça.

Eis a verdade inconteste. As mulheres mais lindas do universo se reúnem para correr e gotejar graciosas gotas de suor todos os dias, a partir das dezessete horas no Parcão.