13 abril 2008

Um doce acorde de violão

Ok, ela é um hype. Todo mundo fala dela, ela aparece no Programa do Jô, Altas Horas e e o escambau. Mas a verdade é que eu sempre caguei pros hypes. Se curto, assumo e pronto: não me interessa que pareça previsível, não seja blasé o bastante assumir isto ou qualquer imbecilidade deste tipo. O lance é que esta Mallu Magalhães faz um som bom pra caramba. O vocal dela, um doce, é destas coisas que não se ouve desde Fernanda Takái. Mas o melhor é que é um doce em uma seara que não compreende batidas eletrônicas espertinhas misturadas à matematicamente equilibradas doses de brasilidade. Nada que lembre Céu, Vanessa da Mata e todos estes simulacros de Marisa Monte. Mallu Magalhães compõe a maioria das suas canções em inglês e não há nada de pretensioso nisto. Natural, para alguém alimentado à base de Johnny Cash, Bob Dylan, Belle & Sebastian e correlatos. A menina tem quinze anos!, pelamordedeus. Cedo demais pra sairem por aí querendo impôr rótulos de projeto de marketing pré-moldado ou coisa do tipo. "Tchubaruba" é destas canções de assobiar em um final de tarde chuvoso, enquanto somos pegos desprevenidos sem guarda-chuva. E a voz da Mallu é linda, límpida e simples como um dedilhar de violão. E que, por Deus, não permita que seja cooptada por um sistema interessado em transformá-la na próxima Perla!