O curso de verão está terminando. A nadadora da primeira fila, Misty
Friday, quer conversar sobre a prova a fazer em casa. O top de malha que ela
usa é brilhante, seus ombros são sardentos, o cabelo está amarrado com elástico
dourado. A sala de aula esvazia. Herb se senta em uma cadeira ao lado da de
Misty, ela se inclina em sua direção e ambos unem as cabeças sobre um parágrafo
que ela escreveu sobre eucariontes. Um cortador de grama ronca lá fora. Moscas
zumbem pelas janelas. Misty cheira a hidratante e cloro. Herb está olhando para
a escrita perfeita, as curvas redondas, sentindo que está a ponto de desabar
para a frente, na página, quando a chama — sem querer — de querida.
Ela pisca duas vezes os olhos. Passa a língua nos lábios, talvez. Difícil dizer.
Ele pergunta, hesitante:
— Todas as células têm o quê, Misty? Membrana, citoplasma e material genético, certo? Na cevada, nos camundongos, nas pessoas, não importa...
Misty sorri, bate com a ponta da caneta na tampa da carteira, olha para o fundo do corredor entre as carteiras.
(Anthony Doerr, "Procriar, gerar", Granta 1 - Os melhores jovens escritores norte-aericanos. Alfaguara, 2007. )
Ela pisca duas vezes os olhos. Passa a língua nos lábios, talvez. Difícil dizer.
Ele pergunta, hesitante:
— Todas as células têm o quê, Misty? Membrana, citoplasma e material genético, certo? Na cevada, nos camundongos, nas pessoas, não importa...
Misty sorri, bate com a ponta da caneta na tampa da carteira, olha para o fundo do corredor entre as carteiras.
(Anthony Doerr, "Procriar, gerar", Granta 1 - Os melhores jovens escritores norte-aericanos. Alfaguara, 2007. )











