19 setembro 2002

Paulo Roberto Pires, em sua coluna do site no mínimo, faz uma crítica bem interessante ao livro de Clarah Averbuck, bem mais equilibrada e com maior embasamento do que as que li até agora, de críticos que parecem que nem sequer abriram o livro da autora, simplesmente comparando-a com uma cópia híbrida mal lavada de Bukowski e Fante. O jornalista acaba, ainda, por fazer uma consideração bem interessante dos blogueiros[ê palavrinha fudida esta!]:


Seria ingênuo, mas muito ingênuo mesmo, garantir que no registro a quente de fatos, pensamentos e idéias dos blogs esteja uma “vida real”. Não duvido – e nem é esse o caso – que fatos e personagens ali retratados, com nomes certos e locais precisos tenham realmente se dado daquele jeito com aquelas pessoas. Mas a própria iniciativa de buscar um computador, organizar de alguma forma a memória e escrever já mostra que aquele pedaço de vida ali está encenado. Ana Cristina Cesar brincava admiravelmente com estes limites em seus poemas-diários ou poemas-correspondência. Revelava intimidades, escrevia a Mary e Gil (na época só os amigos próximos sabiam que estes eram e não eram Heloísa Buarque de Hollanda e Armando Freitas Filho) e, assim, bagunçava as relações entre experiência e criação estética.


ainda bem que todos sabem que eu sou um mentiroso.