24 setembro 2002

A PROFUSÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Se temos abundância demasiada de informação, se diversos são os meios de se chegar a ela, se é numerosa a quantidade de redes televisivas, os grupos jornalísticos, os sites de notícias, como discernir, hoje, o que é verdade, do que pertence à interesses de certos grupos interessados em que um tipo de informação seja dada? A verdade estaria na realidade do corpo virtual que vejo morrer na tela ou na materialidade das lágrimas que esta visão provoca em mim? Descontada, ainda, a emoção quase incontrolável que uma situação pode criar sobre o boneco que a assiste, por meio dos meios a que têm acesso, existe ainda a informação que, dadas muitas vezes, e, ainda que inverídica, se torna real sob o desejo dos grupos que querem que assim ela seja encarada.

Afinal, se sobre um acontecimento, a imprensa, a rádio e a televisão dizem que alguma coisa é verdadeira, será estabelecido que aquilo é verdadeiro. Mesmo que seja falso. Porque, apartir de então, é verdade o que o conjunto da mídia credita como tal.

Como o único meio de que dispõe o cidadão que não está inserido no contexto temporal e local em que um fato está acontecendo, de verificar a veracidade de uma informação, é confrontar os discursos dos diferentes meios de comunicação. Então, se todos afirmam a mesma coisa, não resta mais do que admitir este discurso único como verdadeiro. Esta estabelecida uma linha tênue entre subjetividade transformada em objetividade.