08 setembro 2003

Seguindo a minha sina de ser o último dos caras a ver as mais antigas das produções, neste final de semana assisti finalmente a A Última Ceia (Monter's Ball, EUA, 2001). O que temos aqui? Além de uma Halle Barry incrivelmente linda, na sua mais estonteante forma física [e parece que ela se acha feia, hein?], temos um daqueles raros e sempre bem-vindos filmes silenciosos e lentos, com interpretações cuidadosas e minimalistas e trama clara e sem grandes reviravoltas. Cinema raro nos atuais dias.

Agora, francamente, por que eu assisti ao filme? Primeiro para ver a atuação de Halle consagrada com o Oscar, depois, você sabe, a tal cena de sexo considerada a mais quente do cinema produzido naquele ano. E a polêmica, realmente, não foi à toa. Eu, que não sou um sujeito pudico não me lembro de ter visto um número mínimo de cenas de sexo tão fortes como aquela no cinema tradicional comercial. Não gratuita, a cena, mas corajosa. Por parte do diretor e principalmente por parte dos atores. Superexposição da Halle Barry e Billy Bob Thorton mandando ver. A trama? Para quem não viu: guarda de uma prisão americana se apaixona pela mulher de um prisioneiro. O detalhe é que o próprio guarda foi quem executou o homem. Parece simples, não? As coisas que se escondem por trás, no entanto, é que fazem o filme. Um sujeito seco, sem amor pelo próprio filho, com um pai igualmente rôto e uma mulher com um marido que acaba de ser executado na prisão com um filho obeso para criar. Duas vidas vazias, sem sentido, tentando desesperadamente ser salvas. A última ceia do título em português, refere-se a uma passagem do filme em que se fornece, literalmente, a última ceia escolhida pelo prisioneiro antes de ser executado. Grande filme.