28 junho 2005

Quando o Jô Soares tem como interlocutor um cara inteligente e articulado como o Gabeira, tudo o que ele consegue fazer é tentar encaixar algumas daquelas suas piadas infames no espaço de respiração do entrevistado, enquanto este tenta manter uma conversa sensata e fugir, constrangedoramente, dos lugares-comuns que são os trocadilhos e frases-feitas do gordo, sem se associar aquilo e, afinal, tentando conduzir o assunto para o que realmente interessa.

Menos sorte teve Santiago Nazarian, cuja conversa tergiversou para todos os lados, menos para a literatura propriamente dita. Jô Soares conseguiu de todas as formas fazer piada dos empregos anteriores do escritor, se fascinar pela boate de swing na qual ele foi barman, deixando Santiago fazer, no máximo, um "resumo" dos seus três livros.