28 agosto 2006

Angústia

Passados setenta anos da publicação de Angústia, reafirmada sua excelência artística no âmbito da literatura brasileira, Graciliano Ramos parece ter-se enganado sobre seu livro mais polêmico. É conhecido o desconforto do escritor em relação ao romance que necessitava, segundo ele, ser revisto até chegar ao osso, sem as repetições e os excessos que julgava defeitos a serem sanados. A prisão em 3 de março de 1936 o impediu de realizar a revisão desejada, antes que o livro fosse editado com o autor ainda na cadeia.

O "livro infeliz", como Graciliano se refere a Angústia em Memórias do cárcere, vai aos poucos se impondo por meio de um processo de atração e repulsa, que marcará para sempre a postura do romancista diante da obra.


Wander Melo Miranda publica no Rascunho um texto analisando a obra máxima - embora contradita pelo próprio autor - de Graciliano Ramos, Angústia, que está completando 70 anos de publicação.