28 abril 2006

"Curtas ficções, instantâneos, narrativas mínimas, considerações sem importância, anotações para futuros parágrafos, fragmentos de nada: o reino do pequeno, do menor. A incidência de uma luz, a descrição de uma praça, de uma fachada, de um gesto, o movimento dos galhos de uma árvore, a cor de uma campina sob o sol, um lago sob o sol, um lago sob a lua, uma paisagem da infância, um país estrangeiro, um idioma que gagueja, a forma de uma nuvem, o cheiro de uma rua: a cristalização em palavras de imagens já cristalizadas na memória, na retina, na imaginação ou nos sentidos, mas sobretudo - e uma vez mais - a total ausência de intenções secundárias ao simples desejo de ver em palavra o que ainda não o é, tudo isso pode ser (e é) a melhor representação do mundo, ainda que sem nenhuma conseqüência para o destino desse mundo."

É preciso ler Amílcar.