23 fevereiro 2009

Slumdog Millionaire

Quem Quer Ser Um Milionário? (Slumdog Millionaire, 2008) é sensacional. Não consigo - e nem sei se é preciso - ir muito além desta opinião, agora que terminei de assistir a este muito merecido ganhador de oito estatuetas do Oscar, incluindo os prêmios principais de melhor filme e mehor diretor. Há muito tempo não me via torcendo tão desbragadamente por um protagonista, e tão sentimental e verdadeiramente envolvido com uma história, como fiquei com a trama de Jamal (Dev Patel) em sua epopéia de amor desesperado atrás de Latika (Freida Pinto), em um roteiro costurado com perfeição, que mostra o jovem desde sua infância, ao lado do irmão Salim (Madhur Mittal) até o momento em que participa da versão indiana do programa Quem Quer Ser Um Milionário?.

O filme de Danny Boyle desde as cenas iniciais consegue nos fisgar magristralmente, questionando como um menino da favela conseguiu chegar ao topo deste jogo televisivo acompanhado entusiasticamente por milhares de pessoas. Dali em diante, não há como não querer ver esta pergunta respondida, acompanhando a jornada de Jamal em um filme como uma edição espertíssima, que lembra muito Cidade de Deus, mas que consegue emocionar ao mesmo tempo em que deslumbra com sua fotografia saturada, emulando tão bem às produções bollywoodyanas.

Slumdog Millionaire não é - e isto não demora muito a ficar claro - um filme sobre dinheiro, mas sobre o amor. É por causa dele - do seu amor por Latika - que Jamal acaba sendo acusado de ser um trapaceiro pela polícia, que não crê na possibilidade dele, um jovem desprovido de estudo, órfão favelado, conseguir chegar tão longe neste difícil programa de perguntas e respostas.

Independente do filme mostrar toda a situação de extrema miséria da Índia - preocupação manifestada pela população, mas que não se pode esconder - o país comemora as oito estatuetas, principalmente as três com que foram premiados os artistas indianos A.R. Rahman, por melhor trilha sonora e melhor canção, este último compartilhado com o compositor Gulzar; e também o prêmio de melhor mixagem de som para Resul Pookutty.

Update:

Abaixo, a cena final de dança, produzida por Matt Curtis, designer especialista nesse tipo de trabalho. Ele recentemente realizou também os créditos de Hellboy II: The Golden Army e In Bruges (fonte: Brainstorm#9). Já famosa, a cena conta com diversas paródias no YouTube. Não aconselho clicar para quem ainda não tiver assistido ao filme.